Afinal o que é isto da saúde mental? Como podemos promover a saúde mental?

Quando a Terapeuta Rita Costa me falou em escrever um artigo a propósito do Dia Mundial da Saúde Mental, sugeriu-me uma abordagem ao tema com o qual na altura concordei, sem pensar muito sobre o assunto… Quando comecei a escrever fui sendo seduzida por uma perspetiva diferente e fui-me afastando noutra direção. Desculpa Rita!

Afinal o que é isto a que chamamos de Saúde Mental? Saúde Mental pode ser definida de inúmeras formas mas essencialmente refere-se a um sentimento de bem-estar e equilíbrio, de realização, de capacidade e confiança em nós próprios que permite a um ser humano, enfrentar os diversos desafios e adversidades do dia-a-dia. É poder-me sentir bem comigo e com os outros.

Até parece fácil, posto assim nestas palavras, mas alcançar este estado psicológico e mantê-lo ao longo das diversas fases da vida nem sempre é fácil. Através sucessos e frustrações, amores e desamores, conflitos, perdas e desgostos, doenças e traumas somos como marinheiros a navegar entre bonanças e tempestades, fazendo malabarismos para não nos afundarmos num oceano que escapa ao nosso controlo.

Já todos ouvimos falar sobre a estatística com números alarmantes sobre a prevalência dos distúrbios mentais, dos dias de ausência ao trabalho por eles causados e da quantidade de medicamentos prescritos. Fala-se muito da doença, dos tratamentos e das consequências mas ainda muito pouco de prevenção e promoção. Para além da necessidade urgente e reconhecida de colocar mais profissionais da área da saúde mental nas unidades de cuidados primários, nomeadamente psicólogos com formação adequada, de se fazer mais investigação e de se promover a informação, cada um de nós terá também que ter um papel a este nível. Devemos assumir a responsabilidade individual de procurar compreender, não estigmatizar, integrar, apoiar e orientar para os profissionais competentes, aqueles que de alguma forma manifestem sinais ou sintomas de perturbação emocional. É importante abandonar velhos e falsos pré-conceitos relacionados com as pessoas que estão em sofrimento mental, abandonando expressões como pieguice, fraqueza ou necessidade de atenção.

E também é preciso encarar a realidade de frente: não acontece só aos outros!

Vivido na primeira pessoa ou através de alguém muito próximo todos iremos, em alguma parte da nossa vida, ser afetados por problemas de saúde mental, em maior ou menor grau.

Como podemos promover a nossa saúde mental? Mantendo-nos ativos física e intelectualmente, desenvolvendo relações sociais, criando laços afetivos, procurando estar conscientes das nossas dificuldades, gerindo de forma equilibrada as diferentes áreas da vida. Recorra sem constrangimentos a um técnico de saúde mental sempre que se sinta que está a ter dificuldade em conduzir de forma equilibrada algum aspeto a sua vida. Pode ser um sentimento de incapacidade, frustração, medo, tristeza, confusão, dificuldade em se relacionar com os outros…não espere meses na esperança que “passe”.

Porque a DOR mental existe, não é ser piegas, não é ser fraco, dói mesmo e não “passa” só porque queremos. Acredite. 

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